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Medicina Tradicional Chinesa (MTC), também conhecida simplesmente como medicina chinesa, é a designação dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvida e aperfeiçoada ao longo de milhares de anos da sua história. O diagnóstico realizado por um especialista de MTC alberga uma visão holística do ser humano e é, aparentemente, simples, no entanto, muito eficaz – as observações a serem feitas incluem observar, ouvir, cheirar, perguntar e tocar, destacam-se no diagnóstico a observação da língua e o exame do pulso. Um especialista em MTC recorre a oito principais métodos de tratamento:
- 1. Fitoterapia chinesa;
- 2. Acupuntura;
- 3. Tui Na;
- 4. Dietoterapia;
- 5. Auriculoterapia;
- 6. Moxibustão;
- 7. Ventosaterapia;
- 8. Práticas físicas;
Largamente estudada e reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a MTC possui hoje, mesmo ao nível do Ocidente, um valor inegável. De tal modo que a própria OMS emitiu, já há alguns anos, uma lista em que se reconhece a sua eficácia em patologias tais como:
- - Bronquite, pneumonia, asma, rinite, sinusite, tosse, gripe, otites, tinitus (zumbidos);
- - Hipertensão arterial, angina de peito, insónia, cefaleias, depressão, neurose psíquica, tonturas e vertigens;
- - Úlcera peptídica, disfunção biliar, diabetes mellitus, obstipação, hemorróidas;
- - Acne, dermatite, celulite, obesidade;
- - Reumatismo, torcicolo, dores articulares, prostatite, incontinência urinária e fecal, enurese, ciática, polinefrite;
- - Alcoolismo, Tabagismo;
- - Má posição fetal, síndrome de Ménierre, nevralgia do trigémeo, tenossinovite;
- - Impotência sexual, problemas menstruais, síndrome menopausico e patologias da mama.
Realça-se que a área de intervenção da MTC não se resume a estas patologias, assumindo cada vez mais um papel importante na prevenção/tratamento de inúmeras doenças. Destacamos a nossa intervenção na redução de sintomas associados ao tratamento de cancro, bem como o atraso na progressão de doenças degenerativas, como o Alzheimer.
Cédula profissional nº 0500480.
A prescrição de fitoterapia visa consolidar um efeito sinergético que se combina com as restantes técnicas e vertentes da MTC. Tem como objetivo tratar/prevenir doenças, tem a peculiaridade de fazer durar o efeito terapêutico pretendido, carecendo, para o isso, o cumprimento da posologia estabelecida pelo profissional de MTC.
Caracteriza-se pela inserção de pequenas agulhas em pontos específicos. Por forma a minimizar o desconforto da pequena picada da agulha e da técnica de inserção utiliza-se no ocidente, um pequeno tubo (cânula) que envolve a agulha para que a sua inserção seja rápida e praticamente indolor. Após a inserção das mesmas, o paciente poderá experimentar sensações no ponto, ou ao longo de um trajeto, como por exemplo: calor, frio, peso, choque elétrico, comichão, entre outras. O tempo de retenção das agulhas é variável e depende do quadro clínico e do diagnóstico apresentado, podendo variar entre 20 a 40 minutos.
O termo Tui Na significa “empurrar e agarrar” e é uma área específica da MTC (envolvendo massagem e osteopatia chinesa). Visa não apenas o relaxamento muscular mas sim colmatar desequilíbrios energéticos e, desta forma, contribuir para o restabelecimento do estado de saúde.
Em MTC, há alimentos considerados Quentes, Mornos, Neutros, Frios e Frescos. Quando um especialista de MTC olha para os alimentos fá-lo na mesma perspectiva à que olha as plantas da fitoterapia, e, assim, prescreve uma dieta específica visando complementar a terapêutica delineada consoante o quadro clínico do paciente.
O pavilhão auricular é considerado uma parte muito importante do corpo humano, por constituir um microssistema do mesmo. O especialista em MTC recorre à auriculoterapia, seleccionando pontos sistémicos consoante o quadro clínico da pessoa e esta é especialmente indicada quando se necessita que o paciente leve o tratamento para casa, podendo o paciente pressionar as esferas ou sementes colocadas nos pontos auriculares, estimulando por pressão e potenciando continuamente a eficácia do tratamento.
A moxibustão consiste na combustão de artemísia (planta) próxima dos pontos de acupuntura ou de áreas específicas do corpo. Esta erva chinesa, a artemísia, habitualmente usa-se sob a forma de um extrato envelhecido, batido e seco das folhas dessa erva que possui sabor picante e amargo de natureza. Esta técnica possui uma ampla gama de acção e usa-se em múltiplas patologias.
É uma terapia que recorre ao uso de ventosas. Estas podem ser utilizadas para o alívio de dores musculares, melhorar o sistema circulatório, redução de celulite e gordura localizada, lombalgias, dor abdominal, hipertensão arterial e muitas outras patologias.
Segundo a MTC tem a propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas no organismo produzidas pelos alimentos e outras fontes poluentes. A estagnação de sangue, nos músculos das costas ou das articulações é considerado pelas Medicinas Orientais como um dos elementos causadores de doenças. Pode ser utilizada para reproduzir o “efeito de massagem”, mecanicamente, aumenta o fluxo da linfa, reduzindo o edema, mantém a flexibilidade dos músculos, retira as adesões e as fibroses e mobiliza o funcionamento dos órgãos, descongestiona os bloqueios de energia, ativa a circulação e o funcionamento geral do corpo.
Exercícios integrados de respiração e circulação de energia como: Qi Gong, o Tai Qi Chuan e algumas artes marciais,
considerados métodos profiláticos para a manutenção da saúde ou forma de intervenção para a sua recuperação.